sábado, 24 de março de 2007

Movimento quer emendas ao projeto de renovação com a Sabesp

Andressa Fernandes

O sindicalista Reginaldo Landin, líder do Movimento Abaixo a Exploração, fez discurso na última sessão da Câmara de Fernandópolis, onde pediu que os vereadores incluíssem emendas ao projeto de assinatura de contrato com a Sabesp, nas quais vislumbrem as reivindicações feitas desde o ano passado. O projeto está na Câmara desde a semana passada, mas ainda passa pelas comissões especiais e não tem data para ir a discussão e votação.
Landin sugeriu aos vereadores que coloquem emendas pedindo a realização de uma auditoria por parte do Tribunal de Contas do Estado, nas contas da estatal; individualização dos hidrômetros dos predinhos da CDHU, instalados próximo à Casa de Portugal; e a outorga de concessão ao município, da área do Poção da Sabesp, instalada na avenida Augusto Cavalin. Ele chamou de “o canto de sereia da Sabesp”, ao se referir a proposta feita pela estatal, de investir R$ 8 milhões em duas grandes avenidas da cidade.
De acordo com Ladin, dados apresentados pela própria Sabesp em uma reunião com a prefeitura, a estatal possui em Fernandópolis 23,8 mil ligações de água, as quais custam em média, R$ 45,00, o que chega a uma soma anual de R$ 1,070 milhão. “Deste total, a Sabesp investe apenas 45% em custo operacional, com a sobra de R$ 589 mil por mês, soma que chega a R$ 7 milhões por ano. Em mais 30 anos de contrato, a Sabesp arrecadaria R$ 210 milhões de lucro líquido no município”, enfatizou o sindicalista.
Ele também ressaltou que, se assinado o novo contrato, continua em vigência a verba indenizatória estipulada em R$ 30 milhões, que o município deve ressarcir à empresa caso a mesma seja obrigada a deixar os trabalhos na cidade. “A verba indenizatória estará no novo contrato e será atualizada anualmente pelo IGPN (12%), chegando a um valor de R$ 108 milhões nos próximos 30 anos”, disse Landin.
Ele também citou como exemplo de injustiça, o caso da empresa Cristal Cloro, instalada na marginal Litério Grecco, a qual a Sabesp cobra o valor de R$ 53 mil para fazer a ligação de água e esgoto em um percurso de 300 metros. Landin ressaltou que a empresa possui 12 funcionários e que após pagar a quantia para ligação dos serviços, teria de assinar termo de doação de área para a Sabesp, como normas habituais da estatal.
Os vereadores se comprometeram a reunir-se com Landin para estudar as propostas feitas pelo Movimento e saber até que ponto elas poderão ser incluídas no projeto através de emendas.

Publicado pela Folha de Fernandópolis em 24/03/2007

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