sábado, 10 de março de 2007

Escolas de Fernandópolis têm alunos obesos

Andressa Fernandes

O estudo será feito nas escolas estaduais de Fernandópolis, pois de acordo com a nutricionista Vera Lúcia Pires Serra, contratada da DN Alimentos, responsável pelo fornecimento da merenda escolar a todas as escolas da cidade, há um número razoável de crianças obesas. Ela e demais representantes da empresa estiveram em reunião com os vereadores na última quarta-feira para apresentar o plano de trabalho para a cidade.
Numa análise superficial do quadro educacional de Fernandópolis, constatou-se que crianças de escolas rurais ou da periferia, comem mais do que as que estudam e moram no centro da cidade, como é o caso da escola municipal Conceição Maria Bastos, de Brasitânia.
Vera se compromete a entregar um balanço completo deste trabalho nos próximos meses.
A nutricionista informou que o trabalho da DN Alimentos não se resumirá em apenas fornecer alimento, mas também fazer um levantamento total das crianças atendidas na cidade, para que os cardápios sejam montados de maneira apropriada, sendo cada caso estudado de maneira individual. E isso não envolve somente crianças obesas, mas também com problemas de saúde, como por exemplo, portadores do diabetes. O cardápio, além de variado, deve ser surpresa para as crianças, que inclusive receberão ovos de páscoa na semana de comemoração da data.
A nutricionista também pretende implantar balcões de self-service nas escolas municipais, sendo que grande parte das mantidas pelo Estado, já comportam a novidade.
A iniciativa pretende dar às crianças a possibilidade de repetir o prato quantas vezes quiser e colocar a quantidade desejada. Porém, comida despejada no lixo é sinônimo de prejuízo para a empresa, e isso deve ser estudado.
A empresa ganha pelo prato de refeição servido, sendo que cada um tem custo de R$ 1,83, e a contagem é feita de acordo com o número de colheres e canecas sujas.
Os trabalhos da DN Alimentos em Fernandópolis, uma das três ligadas à matriz Denadai, que está no ramo há 30 anos, serão administrados por um escritório montado no edifício Atlantis. Atendem não só escolas, mas também hospitais, plataformas de petróleo, empresas públicas e privadas, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Funcionários municipais não serão prejudicados

Os vereadores Étore José Baroni e Pedro Ribeiro de Toledo receberam reclamações de funcionários municipais, que se dizem ameaçados com a terceirização da merenda escolar. Eles temem a perda do cargo e benefícios como o adicional de 20% por insalubridade, caso não se encaixem nas regras.
De acordo com a diretora de Educação, Adriana Merloti, isto não acontece, pois todos receberam os salários e benefícios esta semana, sendo que apenas alguns têm direito ao adicional, e que também não foi cortado de nenhum dos 38 funcionários.
A diretora informou que foi oferecida a escolha de continuarem na distribuição da merenda ou de optar por outros cargos dentro das escolas, compatíveis com o registro de contrato, que é de serviços gerais. Adriana justifica ainda que será feita uma análise de cada caso e que o adicional de insalubridade pode ser reconsiderado, caso a função desempenhada não ofereça riscos à saúde do funcionário.
De acordo com a nutricionista da DN Alimentos, Vera Lucia Pires, no edital de contratação da empresa constava o pedido de mais 22 novas merendeiras, além da permanência dos atuais funcionários. Vera informou que até o momento, contratou 31 novos profissionais sob responsabilidade da empresa, sendo que os servidores do município continuam prestando contas à prefeitura, sem nenhum vínculo com a DN Alimentos.
O que a nutricionista fez questão de frisar, é que todos os profissionais encarregados da merenda devem usar uniformes, que já foram entregues, além de acessórios como luvas, toucas e sapatos especiais, assim como determina a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Ela também confessou que alguns funcionários, e até mesmo diretoras de escolas, estão resistentes quanto à presença da empresa na cidade.
A empresa DN Alimentos foi contratada pela prefeitura para prestar serviços em um prazo de doze meses, e irá lucrar cerca de R$ 180 mil pelo fornecimento de refeição a todas as escolas, em um período de 185 dias de aula.

publicado pela Folha de Fernandópolis em 10/03/2007

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