Andressa Fernandes
De olho nas conquistas das cidades que fazem fronteira entre os Estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás, além do aumento de incentivos da iniciativa privada e do governo para abertura de canais de exportação, o prefeito Carlos Eduardo Pignatari, de Votuporanga, entra na briga por uma participação mais expressiva no setor. Pignatari anunciou esta semana que pretende reivindicar a instalação em seu município de uma Estação Aduaneira do Interior – Eadi, ou simplesmente Porto Seco, como também é conhecida. A notícia foi divulgada após uma reunião do prefeito com seu secretário de Desenvolvimento Econômico, Diogo Mendes Vicentini, que nos próximos dias viaja para Brasília onde tem audiência marcada no Ministério da Fazenda. Também participaram da reunião com o prefeito e o secretário de Votuporanga, empresários daquele município que se mostraram entusiasmados com a proposta.
Um EADI se trata de terminal alfandegário onde são executadas as operações de movimentação, armazenamento e despacho de mercadorias e bagagens. Geralmente são instalados em regiões produtoras e tem seus trabalhos ligados diretamente à Secretaria da Fazenda e Receita Federal. No Estado de São Paulo existem 27 Portos Secos, sendo que apenas dez deles estão no interior: Bauru, Franca, Ribeirão Preto, Jacareí, Rio Preto, Piracicaba, Taubaté, Jundiaí e Sorocaba.
Para justificar o pedido de instalação de um Eadi em Votuporanga, Pignatari convocou o professor Ademar Pereira dos Reis, que é especialista em comércio exterior e logística, para a apresentação de um quadro de produção da região Noroeste Paulista. Segundo o professor, dados apontados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostram que as importações e exportações tiveram um relativo aumento na região nos últimos anos. Um exemplo apresentado por Reis, foi o aumento de 157% que Votuporanga apresentou em suas exportações registradas ano passado e com relação a 2005. Disse ainda que o município registrou 123% de aumento no setor nestes dois primeiros semestres de 2007 em relação ao mesmo período do ano passado, um aumento que corresponde a US$ 10,7 milhões a mais, chegando a um lucro de US$ 19,3 milhões.Fernandópolis não está fora do projeto
Apesar da falta de apoio político, por parte da prefeitura para a participação e desenvolvimento do Pólo Logístico de Água Vermelha, Fernandópolis não está completamente fora dos planos dos empresários. Isto graças a pessoas engajadas no projeto nestes 15 anos em que ele vem sendo desenvolvido. Esta semana, aconteceu na cidade de Guarani D’Oeste, uma reunião com prefeitos da região e representantes fernandopolenses, e que contou ainda com as presenças dos deputados Devanir Ribeiro e Luciano Zica, ambos do PT de São Paulo. A intenção é que se monte uma força tarefa para brigar junto ao governo federal, pela viabilização do Porto para esta região. Entre as ações já agendadas, espera-se para a próxima semana, uma audiência no Ministério dos Transportes, onde estarão presentes representantes de Fernandópolis e prefeitos das cidades de Rio Preto, Araraquara e São Carlos.
A união destas lideranças se deve principalmente, porque o governo federal está finalizando o trajeto do alcoolduto entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso. A intenção é incluir todos estes municípios no projeto, que também é vislumbrado pelo projeto do Porto Intermodal de Água Vermelha.
Segundo Carlos Lima, empresário e líder do projeto do Porto, o mesmo tem estudos para inclusão do alcoolduto e de um gasoduto. Lima afirmou que, como as lideranças políticas de Fernandópolis cruzaram os braços, a saída foi juntar-se ao prefeito de Guarani D’Oeste, Marco Caboclo, o qual se trata de um político que se destaca entre os líderes regionais.
Ainda no projeto do Pólo Logístico de Água Vermelha, a intenção era a de que Fernandópolis conquistasse a instalação de um Porto Seco, que funcionaria em um dos prédios do IBC. “Um estudo apontou que caberia a instalação de dois Portos Secos, sendo um em Fernandópolis e outro em Iturama”, disse Carlos Lima.
Os representantes do Pólo Logístico vinham trabalhando durante os últimos 15 anos para a implantação do projeto, que incluiria com facilidade um ramal do alcoolduto e um posto alfandegário. Porém, com as sinalizações do governo federal para a liberação de recursos que visem investimentos nas exportações, muitas cidades da região acordaram para o fato e agora estão na briga por uma participação. “Mas o que vai definir mesmo, é a mobilização política”, finalizou Carlos Lima.
publicado pela Folha de Fernandópolis em 07/04/2007
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