terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A arte vibrante


“O artista transmite sobre a tela a alma, a personalidade, a riqueza de expressão, de força ou de sentimento, que regata do modelo, ao ser pintado, imortalizando, todo o seu interior, ainda que possa aparentar a mais indiferente condição. Ernesto Lia confirma a habilidade da figura humana, que é o seu forte”. Assim o nosso mais ilustre araraquarense das artes plásticas foi descrito pelo italiano Antonio Malmo, crítico especialista em arte moderna, pintor, correspondente da Nacional Associação Histórica ‘Médio Volturno di Piedimonti Matese’ de ‘II Pungolo’, membro da Academia Tiberina de Roma, membro da União da Legião de Ouro de Roma, membro da Academia Internacional ‘II Persco’, de Florença e ligado à ONU. 
Este é apenas uma das críticas que recebeu ao longo dos anos pelo trabalho de reconhecimento internacional, ao qual o pintor sempre se dedicou. Muitos, o comparando com a mesma força de expressão e sentimentos utilizadas pelas técnicas de Leonardo da Vinci. A mesma força de expressão pode-se enxergar em seus retratos, na quantidade de sentimentos emitidas pelo olhar de suas modelos. Em 1987, a jornalista Dulce Damasceno de Brito disse: “Ernesto Lia é o artista que melhor captou a verdadeira Carmem (Miranda) através de seus pincéis”. E não é para menos. Seu retrato de Carmen canta e dança, contagia com o brilho do olhar, tão expressivo quanto a arte da “pequena notável”.
O artista revela que essa expressividade retratada em suas pinceladas, ele capta ao observar a modelo, em seus trejeitos, em sua maneira de falar e agir. “Eu nunca descrevo uma tela para ninguém, eu colho o que ela está causando para o expectador. Muitas das análises e opiniões, mesmo diferentes uma das outras, elas se aproximam. É muito raro você ouvir uma discrepância, uma coisa absurda”.
Lia nasceu com o dom de desenhar e sempre foi muito estimulado pelos pais. “Eu serei eternamente grato por isso”, afirma. Desde o início, sempre pintou se utilizando de duas técnicas distintas: paisagens em óleo e retratos em arte pastel. Hoje ele trabalha na composição de paisagens utilizando as cores em sua essência pura. Em busca de inspiração, gosta de sair pelas ruas da cidade e seu entorno, conversar com as pessoas. Diz que este contato com o mundo exterior é o que lhe enche de motivos para se fechar em seu ateliê e deixar a arte fluir, transformando as telas. Essas paisagens farão parte de uma futura exposição sem data definida, pois diz que gosta de trabalhar com paciência.
E a arte não é sua única paixão. “Sou um apaixonado por crianças, tanto é que tenho feito uma comparação das crianças com pássaros: são inocentes. Nós temos uma missão na vida, que é espalhar o amor. Eu, felizmente, não sou perfeito, mas a gente procura viver da melhor maneira possível. Inclusive amando, amando tudo” finaliza.
História – Ernesto Lia se formou em 1956 pela Escola de Belas Artes de Araraquara e estagiou no ateliê do italiano De Genaro, em São Paulo. Logo em seguida, recebeu a Grande Medalha de Ouro do Salão dos Artistas Unidos do Brasil e, desde então, ganhou diversos prêmios, nomeações e outorgas nacionais e internacionais, incluindo a honraria de ser “Membro do Grand Prieuré do Brasil e Suíça”; a Gold Great Master Medal – Curtis Hixon Convention Center; a Grande Médaille D’or – Exposition D’art Contemporain – Nice; A Medalha Grande de Ouro – 1ª Exposição de Arte Contemporânea Brasileira – Expofair – Lisboa, dentre muitos outros.
Suas telas são exportadas para diversas partes do munod, como EUA, Argentina, Suíça, África do Sul, França.

Publicado em 05 de fevereiro de 2013 na edição nº 60 da Revista Kappa
Fotos: Lucas Tannuri 

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