“O artista transmite sobre a tela a alma, a
personalidade, a riqueza de expressão, de força ou de sentimento, que regata do
modelo, ao ser pintado, imortalizando, todo o seu interior, ainda que possa
aparentar a mais indiferente condição. Ernesto Lia confirma a habilidade da
figura humana, que é o seu forte”. Assim o nosso mais ilustre araraquarense das
artes plásticas foi descrito pelo italiano Antonio Malmo, crítico especialista
em arte moderna, pintor, correspondente da Nacional Associação Histórica ‘Médio
Volturno di Piedimonti Matese’ de ‘II Pungolo’, membro da Academia Tiberina de
Roma, membro da União da Legião de Ouro de Roma, membro da Academia
Internacional ‘II Persco’, de Florença e ligado à ONU.
Este é apenas uma das críticas que recebeu ao longo
dos anos pelo trabalho de reconhecimento internacional, ao qual o pintor sempre
se dedicou. Muitos, o comparando com a mesma força de expressão e sentimentos
utilizadas pelas técnicas de Leonardo da Vinci. A mesma força de expressão
pode-se enxergar em seus retratos, na quantidade de sentimentos emitidas pelo
olhar de suas modelos. Em 1987, a jornalista Dulce Damasceno de Brito disse:
“Ernesto Lia é o artista que melhor captou a verdadeira Carmem (Miranda)
através de seus pincéis”. E não é para menos. Seu retrato de Carmen canta e
dança, contagia com o brilho do olhar, tão expressivo quanto a arte da “pequena
notável”.
O artista revela que essa expressividade retratada em
suas pinceladas, ele capta ao observar a modelo, em seus trejeitos, em sua
maneira de falar e agir. “Eu nunca descrevo uma tela para ninguém, eu colho o
que ela está causando para o expectador. Muitas das análises e opiniões, mesmo
diferentes uma das outras, elas se aproximam. É muito raro você ouvir uma
discrepância, uma coisa absurda”.
Lia nasceu com o dom de desenhar e sempre foi muito
estimulado pelos pais. “Eu serei eternamente grato por isso”, afirma. Desde o
início, sempre pintou se utilizando de duas técnicas distintas: paisagens em
óleo e retratos em arte pastel. Hoje ele trabalha na composição de paisagens
utilizando as cores em sua essência pura. Em busca de inspiração, gosta de sair
pelas ruas da cidade e seu entorno, conversar com as pessoas. Diz que este
contato com o mundo exterior é o que lhe enche de motivos para se fechar em seu
ateliê e deixar a arte fluir, transformando as telas. Essas paisagens farão
parte de uma futura exposição sem data definida, pois diz que gosta de
trabalhar com paciência.
E a arte não é sua única paixão. “Sou um apaixonado
por crianças, tanto é que tenho feito uma comparação das crianças com pássaros:
são inocentes. Nós temos uma missão na vida, que é espalhar o amor. Eu,
felizmente, não sou perfeito, mas a gente procura viver da melhor maneira
possível. Inclusive amando, amando tudo” finaliza.
História – Ernesto Lia se formou em 1956 pela Escola de Belas
Artes de Araraquara e estagiou no ateliê do italiano De Genaro, em São Paulo.
Logo em seguida, recebeu a Grande Medalha de Ouro do Salão dos Artistas Unidos
do Brasil e, desde então, ganhou diversos prêmios, nomeações e outorgas
nacionais e internacionais, incluindo a honraria de ser “Membro do Grand
Prieuré do Brasil e Suíça”; a Gold Great Master Medal – Curtis Hixon Convention
Center; a Grande Médaille D’or – Exposition D’art Contemporain – Nice; A
Medalha Grande de Ouro – 1ª Exposição de Arte Contemporânea Brasileira –
Expofair – Lisboa, dentre muitos outros.
Suas telas são exportadas para diversas partes
do munod, como EUA, Argentina, Suíça, África do Sul, França.Publicado em 05 de fevereiro de 2013 na edição nº 60 da Revista Kappa
Fotos: Lucas Tannuri
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