Dia Mundial Sem Carro é ‘esquecido’ em Ribeirão

Apesar de muitos apelos para lembrar o Dia Mundial sem Carro, nesta quinta-feira (22), a participação dos ribeirão-pretanos não foi tão expressiva. Logo pela manhã, o trânsito nas ruas e avenidas centrais continuava o mesmo de uma típica manhã em dia de semana.

Mesmo tímidas, as manifestações aconteceram. Na PM (Polícia Militar), apenas a 3ª Companhia tem policiais que fazem a patrulha de bicicleta, sendo três. Grande parte dos 43 agentes de Trânsito da Transerp, os "marronzinhos", também trabalharam de bicicleta.

Integrantes da superintendência aderiram ao movimento. "Não foi apenas hoje, mas venho todos os dias a pé, desde 2009. Em 20 minutos, percorro três quilômetros. Adotei esta rotina e fez muito bem para minha saúde", diz o diretor de Transporte, José Mauro Araujo.

Já o assessor operacional e policial aposentado, Salvador Benedito Pane, tem o hábito da caminhada há dez anos. "Sempre que tenho oportunidade, faço tudo a pé. O carro fica como última opção. Além de poupar espaço na via pública, faz bem para minha saúde", disse.

Se no setor público as adesões foram tímidas, no de serviços passou quase que despercebida. De cinco empresas contatadas, apenas a proprietária de uma delas aderiu, em parte, ao movimento. "Vim trabalhar com o carro, por causa de qualquer emergência. Mas o meu almoço farei aqui na empresa, para não sair", admitiu a publicitária Juliana Camargo. Ela também deixou de marcar reuniões com clientes nesta quinta-feira, para não ter que circular pelas ruas da cidade, cumprindo horários.

Há um ano sem carro

Marcus Vinícius Nunes Oliveira, 27, é técnico contábil e há um ano trocou de vez seu carro pela bicicleta. "Deixei de usar o carro pela conscientização de uma vida mais saudável, tanto na prática do exercício físico, como pela poluição do ar".

Ele veio de São Paulo há seis anos e diz que hoje o trânsito de Ribeirão Preto chega a se igualar com o da capital. "Me cansei do estresse que o trânsito traz. Já me envolvi em muitos pequenos acidentes. Hoje, ganhei saúde, tempo, não tenho custos altos com manutenção", confessa afirmando que tem a intenção de vender o carro.

Houve movimento tímido nas lojas

Mesmo que tímido, no começo desta semana, houve um aumento na procura de bicicletas e assessórios esportivos. É o que afirma o empresário Adair Francisco da Silva, que trabalha há 20 anos no ramo. "Esta semana as pessoas começaram a procurar e fizeram menção ao Dia Mundial sem Carro", conta.

Porém, ele afirma que, em Ribeirão Preto, a bicicleta ainda é muito utilizada para o lazer e o esporte aos finais de semana. "Ainda é difícil para o brasileiro deixar o carro em casa e se convencer de que a caminhada e a bicicleta são uma ótima opção."

Para Adair, as vendas cresceram no último ano, com a instalação da ciclofaixa nos Parques Curupira e Raya. "Cresceu, principalmente a venda de cadeirinhas e produtos para a segurança, porque quem mais procura este tipo de lazer são famílias", completa.

publicado no dia 22 de setembro de 2011 pelo jornal A Cidade de Ribeirão Preto