Comoção. Este era o principal sentimentos nos velórios de cinco funcionários da empresa Leão Engenharia, nesta quarta-feira (21). Eles morreram atropelados por uma carreta, na última terça-feira (20), enquanto trabalhavam na rodovia Anhanguera, em Ribeirão.
Veja fotos dos trabalhadores que morreram atropelados
Os companheiros de trabalho foram dispensados para dar o último adeus aos amigos. Adilson Nunes de Avelar, Ronaldo Sergio Bugliano e Flávio Roberto Vieira, foram velados em Jardinópolis, onde moravam, e o enterro aconteceu às 10h.
Em Ribeirão Preto, foram velados os corpos de José Antonio de Souza e Alcebíades Ferreira Lima Neto. José Antonio foi enterrado em Altinópolis. O corpo de Alcebíades foi levado para o Piauí e deve ser enterrado nesta quinta-feira (22).
Marcelo conta que as equipes são devidamente treinadas para manter a segurança em operações como estas. "Nós recebemos diversos treinamentos de segurança, como agir, como utilizar os equipamentos, são muitas as palestras que temos que assistir. Também recebemos sempre assistência social e psicológica", afirma o operário.
Donizete Fabrício, de 47 anos, é rasteleiro e trabalhava no local onde o acidente aconteceu. As imagens ainda estavam na mente dele. "Eles estavam trabalhando no frezando do asfalto, a cerca de uns 70 metros de onde nós estávamos. Foi tudo muito rápido, é difícil falar como tudo aconteceu de fato. O caminhão deveria estar a uns 70 quilômetros por hora."
O drama maior foi assistir aos amigos morrerem, sem poder fazer nada. "Vimos os rolos de ferro começarem a cair. Acredito que tinha amigos nossos entre os rolos. Foi um momento de muito desespero." O operário negou que o grupo tenha tentado bater no motorista após o acidente.
Dor de irmã
Maria da Penha Barreiros, 42 anos, é irmã de José Antonio, uma das vítimas. Ela mora em Piracicaba e há 15 anos não via o irmão. "Nunca conseguíamos conciliar as vezes em que íamos visitar a minha mãe [em Vendas Novas, Minas Gerais]. É muito difícil esta situação. Mas temos que nos conformar e nos apoiar", disse.
Piauí
Alcebíades Ferreira Lima Neto, de 26 anos, veio de Amarante, no Piauí, para Ribeirão Preto, em busca de uma vida melhor. O mesmo trajeto foi feito anos antes pelos irmãos dele. Hoje, vivem em Ribeirão três irmãos, três tios e muitos primos.
O irmão mais velho, Gerônimo Rubens da Silva, 31 anos, é auxiliar geral da empresa, onde trabalha desde 1998. Alcebíades veio no ano de 2001, trazendo a namorada Cintia, com quem se casou e teve uma filha. "Minha cunhada e a mãe já estão instaladas aqui há muito tempo", conta Gerônimo. O enterro do irmão deve acontecer nesta quinta-feira, em Amarante. A Leão Engenharia pagou a despesa do transbordo.
publicado no dia 22 de setembro de 2011 pelo jornal A Cidade de Ribeirão Preto
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