segunda-feira, 9 de julho de 2012

UMA CIDADE COM VOCAÇÃO INDUSTRIAL


Matão pode se considerar hoje uma potência industrial com números que fazem o diferencial no mercado brasileiro. Seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita é de R$ 66.315, sendo que a média do estado de São Paulo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), é de R$ 22.202.
Hoje, a cidade possui 2.737 empresas, ocupando 27.697 pessoas assalariadas, com remuneração média de 2,8 salários mínimos. O nível de emprego industrial no mês de maio deste ano apresentou resultados positivos com variação de 1,36%, significando um acréscimo de 150 postos de trabalho. No entanto, nos últimos 12 meses, apresentou um acumulado de -1,16%, representando a perda de 100 postos de trabalho. 
A melhora do índice no mês de maio, segundo a Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), foi influenciada pela variação positiva dos setores de produtos alimentícios (5,14%), metal, exceto máquinas e equipamentos (3,68%), e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,53%). “Todos os anos há essa sazonalidade de empregos na indústria alimentícia, pois nos períodos de entressafra, se contrata e depois se demite. Porém, estes trabalhadores que deixaram as lavouras acabam sendo absorvidos por outros setores fortes na cidade, como o caso da construção civil”, justifica o diretor do Ciesp, Roberto Cadioli. Ele lembra que 70% do PIB da cidade vêm da indústria, sendo os 30% restantes da área de serviços.
A história da indústria de Matão justifica toda essa capacidade. Ela também se confunde com a história da indústria no País, pois foram impulsionadas no final do século XVIII e começo do XIX, com a vinda de imigrantes europeus, em sua maioria italianos, que fugiam da 1ª Guerra Mundial. Com o fim do trabalho escravo, as lavouras de café, laranja e cana precisavam de mão de obra. Muitas destas famílias chegadas ao país latino-americano trabalharam duro nas lavouras, visando o progresso prometido. Foi assim que grande parte destas famílias, cansadas do trabalho exaustivo nas lavouras, começou a se organizar na montagem de seus próprios negócios. Consequentemente, começaram a surgir as primeiras fábricas e oficinas de produção e conserto de maquinários e implementos agrícolas.
Desde aquela época, Matão já apresentava uma produção bastante diversificada de produtos, tendo o café, a cana e a laranja como carros-chefe. Mas merecem destaque também o cultivo do milho, limão, tangerina, manga, amendoim, algodão, e tantas outras culturas, além da produção animal. O grande diferencial de Matão, porém, não foram simplesmente suas empresas familiares, que se desenvolveram com grande facilidade e muito trabalho, mas também a sua vocação industrial, pois muitas empresas foram e são abertas até hoje por pessoas que trabalharam em indústrias maiores por muitos anos. A perspectiva de enxergar uma brecha no mercado e produzir peças para um setor cada vez mais forte parece arraigada na mentalidade dos matonenses.

PIONEIROS - Revirando os livros de história da cidade, podemos constatar a chegada dos irmãos Bambozzi para Matão em 1925, e a família Baldan também no mesmo ano. Em 1946, os Marchesan fundaram a Oficina Brasil e, no mesmo ano, Luiz Faggioni abriu a fábrica de facas Cruzeiro. “Também a fábrica de facas do Ivo e do Rômulo, em sociedade com o Dumas e o Bento, e os Cadioli, e os Mariani, e os Trolezi, e os Frigieri; os Martins com o curtume, os Pinotti com a WPP, os Modé, os Monazzi, os Mossocato e até a fábrica de óleos, lá em Toriba. Depois vieram A Elite, a EMMES, a Troféu, a Tangran, a Rede, a Tuca...”, como conta o livro Uma História para Matão, de Azor Silveira.
E até o final da década de 1950, a fabricação de implementos agrícolas era o grande forte da cidade. Esse cenário passa a mudar nas décadas seguintes, quando a cidade atinge um período de grande desenvolvimento industrial, com o surgimento de indústrias no ramo de confecções, artigos esportivos, gêneros alimentícios, tintas residenciais e industriais, peças automotivas e muitos outros. A consequência dessa diversidade é que hoje Matão tem sua vocação industrial como fortaleza.
Família Bambozzi - Basilio e Ferdinando Bambozzi vieram para o Brasil de Ózimo, província de Ancona na Itália, com seus pais e mais duas irmãs no ano de 1898. Moraram em Analândia, Do brada e em seguida vieram para Matão, onde compraram um sítio de 10 alqueires. Em 1910, abriram a primeira oficina de conserto de carroças, carroções e equipamentos agrícolas às margens da Estrada Boiadeira.
Em 1920 fundaram a Aparelhos Elétricos Bambozzi Ltda. Trinta e cinco anos depois abriram a Bambozzi Máquinas Hidráulicas e Elétricas, que produzia grupo de geradores de solda, máquinas para soldas elétricas, alternadores, motores elétricos, tambores e uma infinidade de produtos. Hoje, a marca se trata de uma multinacional, exportando seus produtos para o mundo inteiro.
Família Baldan - Também da Itália, província de Veneza, vieram para o Brasil os irmãos Carillo e Narciso Baldan, no ano de 1925. Trabalharam por 90 dias na cidade de Guariba e depois se separaram, indo um para Lins e o outro para Bebedouro. Não tardou muito e os irmãos voltaram a se reunir em Matão, onde implantaram a primeira oficina, ainda na garagem de sua casa, na Av. Tiradentes, no ano de 1928. Eram responsáveis por carpintaria, serraria, ferramentaria, fabricação e conserto de carroças, arados, charretes, carrocerias para caminhão, carretões de tração animal, pontes e tonéis para aguardente. Trabalharam duro, prosperaram. Em 1976, inauguraram as novas instalações da empresa em uma área de 220 metros quadrados. Hoje, a empresa conta com um parque industrial com 256 mil m² e oferece ao mercado cerca de 200 produtos.
Família Marchesan - João Marchesan veio da Itália para o Brasil em 1895. Trabalhou na construção de uma estrada que liga Jaboticabal a Porto Taboado; depois em uma olaria em Américo Brasiliense, além de passar pelas cidades de Valinhos e Campinas. Em 1897 veio para Silvânia formar cinco mil pés de café, na fazenda Lagoa Seca. Constituiu família. Em 1912, ele monta uma cervejaria em Matão, que teve de ser fechada com o início da 1ª Guerra Mundial na Europa, devido à proibição de importação de cevada. Então ele empreende em outros ramos, como armazéns de secos e molhados, venda de combustível, beneficiamento de arroz e café. Em 1946, seus netos Armando e Luiz resolvem iniciar seu próprio negócio e abrem a Oficina Brasil, no Centro de Matão e que, anos mais tarde viria a se tornar a Marchesan Implementos Agrícolas. No início, eles fabricavam charretes e carrinhos de molas. Hoje ela é uma das maiores empresas de implementos agrícolas da América Latina.
Cadioli - Beniamino Cadioli chegou ao Brasil na década de 1920, vindo da Itália direto para Matão, juntamente com a mulher Melide e os dois filhos Aldo e Ágide. Beniamino chegou a montar uma ferraria no fundo da oficina de Gino Tórchio, mas não deu certo. Resolveu trabalhar na indústria metalúrgica da cidade e nas horas vagas fazia bicos. Tempos depois, abriu seu próprio negócio que deu certo e teve continuidade com os filhos e seus descendentes. Em 1967 a empresa fez a primeira cavadeira universal. Hoje, a Cadioli possui fábrica em área de 6 mil m² e 80 colaboradores que trabalham para atender 3 mil clientes em todo o mundo.
Citrosuco - Em 1963, Matão foi a cidade escolhida por um grupo de três empresários americanos para a implantação de uma indústria de suco concentrado de laranja. Glynn Davies, Carl Fisher e Ludwig Eckes fundaram a Citrosuco em março de 1964. No ano seguinte, moeu 1,8 milhão de caixas de laranja, produção que já alcançava diversos países do mundo. Quatorze anos depois, em 1979, foi responsável por 41% das exportações brasileiras, tendo moído 41 milhões de caixas de laranja. Em 1986, a empresa entrou na produção de álcool hidratado, atingindo a marca de 120 mil litros por dia. Atualmente o grupo possui quatro fábricas no Brasil e uma nos Estados Unidos e é responsável indireto por mais de 30 mil empregos.
EMMES - A princípio pode não parecer lógico, mas para quem conhece a história sabe que o nome da fábrica criada em 1979, a EMMES, diz respeito aos nomes de seus fundadores: Malzoni e Monazzi. A ideia de abrir uma fábrica de calções esportivos surgiu de uma conversa entre Carlos Fernando Malzoni, José Luiz Monazzi e seu tio Geraldo Monazzi. Ela foi impulsionada pelo destaque que passou a ter o futebol naquele momento que o país vivia e a pouca oferta de produtos esportivos. A fábrica foi aberta e administrada por sete integrantes das duas famílias e o trabalho deu tão certo que em nove meses tiveram de mudar-se para um lugar com maior espaço. O que no início era feito por apenas dez funcionárias teve uma expansão enorme para 850 pessoas trabalhando na confecção e desenvolvimento de novos produtos. Atualmente, a fábrica está instalada em terreno de 5 mil m² e tem capacidade de produção de 300 mil peças por mês.
(Fontes: “Uma História para Matão”, de Azor Silveira; escritor José Carlos Marcolino daSilva; bambozzi.com.brbaldan.com.brmarchesan.com.brcitrosuco.com.br;emmes.com.brcadioli.com.br)


Publicado no dia 02 de julho de 2012 pela revista Kappa Matão, ano 1, Edição 6, n6 - http://www.portalk3.com.br/Artigo/regiao/uma-cidade-com-vocacao-industrial

INFORMAÇÃO ABRE CAMINHO PARA O ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE


Todos os dias, o Conselho Tutelar de Matão atende entre 12 e 15 casos, sendo em sua grande maioria de maus-tratos e abuso sexual praticados contra crianças e adolescentes, principalmente envolvendo pais usuários de droga. As denúncias chegam das mais variadas formas, entre ligações anônimas, e-mails e até cartas. O trabalho é mantido pela Prefeitura e coordenado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Concriama). Por ser uma cidade com mais de 50 mil habitantes, Matão teria direito a ter uma segunda equipe de conselheiros, porém o trabalho continua sendo desempenhado por apenas cinco mulheres que foram eleitas em votação e ficam no cargo por até três anos. O pré-requisito é ter formação em Direito ou Assistência Social.
Para a diretora do Conselho, a advogada Andrea Rodrigues Serafim, o maior obstáculo enfrentado hoje é o pouco conhecimento da população sobre a função do Conselho Tutelar. “Quando as pessoas nos veem, logo pensam que vamos levar as crianças, e isso é um erro, pois nosso trabalho é tentar reestruturar a família para que os menores tenham condições de uma vida digna”, completa.
A diretora observa, porém, uma modesta aceitação em parte da população nos últimos anos, devido às campanhas de divulgação. Conselheira pelo 3º mandato, ela ressalta que em Matão, apesar do grande número de casos, o trabalho é feito com êxito graças à eficácia da rede a serviço do menor. “O Poder Judiciário está sempre à nossa disposição, dando agilidade aos processos. Quando precisamos sair em diligência fora do horário de expediente, a Guarda Municipal sempre está conosco, resguardando o nosso trabalho. No caso de assistência psicológica e de saúde para uma família desestruturada, acionamos as assistentes sociais de cada bairro. Por isso, nosso trabalho é eficaz e consegue atender de todas as formas”, diz Andrea. As cinco conselheiras trabalham em esquema de revezamento de plantão, 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados.
O pedido de guarda do menor acontece quando não existe outro caminho. O processo normal, quando os pais não apresentam condições de criar os filhos, é que os jovens sejam encaminhados para alguém da família. Mesmo com a retirada da guarda, esses pais são encaminhados para tratamento médico e psicológico, para que a família possa ser reestruturada e a guarda restituída.

ABRIGO - Quando não há outro meio, as crianças são levadas para a Casa Abrigo, que em Matão existe há 15 anos e possui duas unidades, sendo uma no Centro com 15 menores em atendimento no momento, e a segunda em um Lar Espírita, onde hoje cinco meninas estão abrigadas. Na Casa, elas são atendidas com escola, alimentação e vestuário, além de atividades lúdicas e culturais. A cada seis meses, o Poder Judiciário realiza uma audiência concentrada, em que cada família é avaliada. Havendo melhora, a criança sai da Casa Abrigo e é devolvida ao seu lar. O foco é sempre a família, tanto que não há tempo determinado para a internação da criança. A possibilidade de adoção só é cogitada se constatada a dissolução total da família. “Esta semana mesmo, encontramos uma jovem de 24 anos andando na chuva na pista que liga Matão a Dobrada, com um bebê de um mês no colo. O pior é que ela é usuária de drogas e tem outros três filhos; destes, ela já perdeu a guarda para as avós paterna e materna. Retiramos o bebê e o trouxemos para a Casa Abrigo até que o caso seja julgado. Já trabalhamos com esta família há algum tempo. Procuramos tratamento médico, para que ela seja reabilitada e buscamos cursos de capacitação para que tenha um ofício e reestabeleça sua família”, revela a diretora.
Muitos dos internados acabam ficando anos na Casa Abrigo, por isso a entidade encaminha os adolescentes para cursos profissionalizantes, onde possam aprender um ofício e seguir uma profissão ao completarem a maioridade. E neste caso, acaba sendo impossível não criar vínculos de afeto com os abrigados.
“Temos famílias que trabalhamos há uns 10 anos, por isso não tem como não pegar amor pelas crianças. Elas também acabam pegando confiança na gente, o que ajuda no trabalho, porque elas têm mais facilidade em falar dos casos de maus-tratos”, completa Andrea.

Publicado no dia 02 de julho de 2012 pela revista Kappa Matão, ano 1, Edição 6, n6 - http://www.portalk3.com.br/Artigo/regiao/informacao-abre-caminho-para-o-envolvimento-da-comunidade

54 ANOS DEDICADOS À INDÚSTRIA


A Antoniosi Tecnologia Agro-industrial, instalada em Matão desde 1998, emprega em torno de 400 funcionários que trabalham na produção de implementos agrícolas para o plantio, colheita e transporte de cana e laranja. Foi a primeira empresa do Brasil a produzir implementos com a marca John Deere, o que antes era exclusividade de multinacionais americanas. A parceria foi assinada em 2008 e hoje a Antoniosi é responsável pela produção de 80 itens da marca. Produção que deve chegar a mil itens até 2015, conforme o contrato assinado. Para tanto, a empresa deve dobrar seu quadro de funcionários na construção de nova unidade em terreno doado pela Prefeitura no Distrito de Toriba. 
Mas até alcançar este nível de empreendimento bem-sucedido, responsável pela geração de centenas de empregos em Matão, a trajetória foi longa e começou a ser galgada com a aposentadoria de Adélio Antoniosi, depois de 40 anos de trabalho na indústria Baldan. “Sempre pensei em abrir meu próprio negócio, mas esbarrava no medo de perder o emprego”, diz o industrial matonense, que hoje está com 68 anos.
Em 1958, aos 13 anos de idade, Antoniosi começou a trabalhar na Baldan, pintando arado. Ele conta que foi o 15º funcionário a ser registrado. “Naquele tempo, a empresa era pequena, éramos em 15 e trabalhávamos junto com os patrões”, relembra. Em 1971, iniciou o curso de Ciências Econômicas no Colégio São Bento, hoje Uniara, mas não concluiu. Formou-se em Administração de Empresas pela Unaerp de Ribeirão Preto em cursos extensivos que eram ministrados em Matão. Por meio dos cursos profissionalizantes e dentro da própria empresa, foi aprendendo novos ofícios e subindo de posto.
Trabalhou como torneiro mecânico, ferramenteiro, desenvolvedor de protótipos e, em 1980, tornou-se gerente de desenvolvimento de produtos, função que exerceu até 1996, quando se aposentou. Como gerente, teve a oportunidade de viajar por toda a Europa e América Latina, participando de exposições de novas tecnologias para implementos agrícolas, o que lhe rendeu vasto conhecimento no setor.
RECOMEÇO - Como nunca teve vocação para ficar parado, Adélio acabou assinando contrato de trabalho em Brotas (SP), em uma empresa para a montagem de máquinas de colher café. Nesta nova missão, foi enviado à Itália para aprender a tecnologia implantada lá e desenvolver 18 colheitadeiras aqui no interior paulista.
Fim do contrato e com medo de se ver desempregado, comprou um torno velho e desenvolveu um elevador de carros para exposição em fábricas e lojas de automóveis. A ideia foi patenteada e ele vendeu 400 unidades, as quais ainda são fabricadas pela empresa de Adélio, mas apenas por encomenda.
A partir daí, nascia a Antoniosi Tecnologia Agroindustrial, que começou com 14 funcionários em uma área de 2 mil m² e hoje se expande em 45 mil m². “Um dia, um usineiro daqui me pediu para fazer mudanças em um transbordo de cana para melhor adequação às nossas estradas. Depois, me encomendou um transbordo só para saber se eu sabia fazer. Demorei 32 dias para concluir. Daí, ele me encomendou mais quatro e hoje tem uma frota de 150 transbordos de cana-de-açúcar produzidos por nós”, conta o empresário orgulhoso, que produz atualmente 12 transbordos por dia e exporta seus produtos para todo o Brasil, além de países como Angola e Costa Rica.
Mesmo com uma trajetória de conquistas, fruto de seu interesse e trabalho, o matonense Adélio Antoniosi orgulha-se e muito de dizer que sua empresa é um negócio familiar como muitos outros iniciados em Matão. Casado há 44 anos com Nadir Cadicciolli Antoniosi, tem três filhos – Adeliane, Alex e Angelica, que trabalham com ele na empresa, e os netos Pedro e Manuela. “Em todos estes anos,  nunca parei de trabalhar. Até mesmo quando saí de férias com a esposa para a Itália, aproveitei para comprar uma máquina de soldar que hoje usamos na fábrica”.
Publicado no dia 02 de julho de 2012 pela revista Kappa Matão, ano 1, Edição 6, n6 - http://www.portalk3.com.br/Artigo/regiao/54-anos-dedicados-a-industria

ENSINO DE QUALIDADE PARA OS FILHOS DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA


Em 1996, Matão foi a segunda cidade brasileira a ser contemplada pela superintendência do Serviço Social da Indústria (Sesi) a receber um Centro de Atividades, a primeira foi Votorantim (SP). A diferença desta unidade para as demais é que, além dos prédios escolares, ela possui uma grande área para cultura e lazer. Para a ampliação da sede foram investidos R$ 7 milhões na construção de quadras esportivas, campos de futebol, sendo um com grama artificial, piscina aquecida, refeitório para os alunos e salas de dança e academia, numa área de 88 mil m². Ela também possui laboratórios e salas de informática completas e modernas, salas para atividades lúdicas, como aulas de música e teatro e uma biblioteca com um acervo de 10 mil livros.
Hoje, o Sesi Matão se responsabiliza pela educação de 491 alunos que cursam desde o primeiro ano do ensino fundamental até o terceiro do ensino médio. Há dois anos, também mantém quatro turmas de período integral, onde os 193 alunos têm aulas normais da grade curricular e no segundo período fazem aulas de informática, robótica, dança, teatro, natação, dentre tantas outras. Por dia, eles recebem três refeições, sendo que a unidade prepara e serve mais de 6,7 mil por mês e mais de 8 mil lanches no mesmo período.
O Sesi Matão é ainda responsável pelas unidades de Monte Alto (SP), onde possui 740 alunos; e Jaboticabal (SP), com 642 alunos dos ensinos fundamental e médio.
Todos os serviços são gratuitos e visam acolher os filhos de empregados das indústrias. “Por ano, abrimos apenas 128 vagas. Isso porque, além de reservarmos vagas para os alunos que já estudam aqui, temos um controle das crianças, filhos de trabalhadores da indústria que irão entrar em idade escolar, então, estas vagas também são pensadas e reservadas”, confirma o diretor do Sesi Matão, Alexandre Minghin. Ele diz ainda que, por meio de uma parceria com o Senai, hoje os alunos do ensino médio podem fazer cursos profissionalizantes paralelamente às aulas.
EJA - O Sesi também monta salas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que podem ser ministradas na unidade ou nas próprias indústrias, variando conforme a disponibilidade dos trabalhadores e as parcerias firmadas com os industriários. A qualificação profissional dos trabalhadores também não para por aí. A entidade desenvolve programas específicos de acordo com os pedidos das empresas. “Nossa principal vertente é trabalhar de modo que a indústria procure o Sesi e nós possamos ir até ela. Por exemplo, temos um projeto onde levamos profissionais de saúde para as empresas para avaliação dos funcionários. Além de um questionário, eles passam por exames simples. Esse material é compilado em um diagnóstico onde se verifica o perfil do seu quadro de funcionários: se há hipertensos, diabéticos, sedentários. Assim, o empresário pode pensar em ações especificas voltadas a suprir as necessidades destes trabalhadores e nós também direcionamos os nossos programas”, conta Alexandre. No ano passado, 20 indústrias participaram deste programa.
Ele cita também outro exemplo: 1,5 mil cortadores de cana de uma usina que fazem todos os dias pela manhã ginástica laboral com uma professora do Sesi. A atividade traz melhorias para a vida e o trabalho destas pessoas. E estas são as metas de trabalho do Sesi: educação,  saúde,  esporte, cultura, nutrição e responsabilidade social. Nos dois últimos anos, a procura pelos projetos cresceu 25%, e é esta procura que qualifica ainda mais os serviços da unidade, que hoje tem mais de cem pessoas em seu quadro de funcionários.  

publicado em 02 de julho de 2012 pela revista Kappa Matão, ano 1 edição 6 n6 - http://www.portalk3.com.br/Artigo/regiao/ensino-de-qualidade-para-os-filhos-dos-trabalhadores-da-industria